segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Cultivo da Tranquilidade




O Cultivo da Tranquilidade

É Mais Eficaz Avançar Passo a Passo
Sílvia Lúcia de Oliveira

“Não faz nenhuma diferença o que nós fazemos;
o que importa é como nós fazemos qualquer coisa.
E como sempre há algo sendo feito, nós sempre
temos a oportunidade de fazê-lo corretamente.”
Robert Crosbie

O tempo parece-nos na maioria das vezes curto o suficiente para justificar a agonia de fazer tudo rápido, de um jeito qualquer, dispensando caprichos e reflexões que exigiriam mais alguns minutos. Escoando no atropelo, vamos alinhavando uma vida sem debruns e acabamentos. Deixa-se de lado o que parece à primeira vista ser dispensável, utilizando um critério de escolha que prioriza rapidez e sacrifica todos os demais quesitos. E sobe a pressão arterial aos solavancos de um viver turbinado de afazeres.

Fazemos as coisas sem nelas pensar, sem que nossa mente se permita sedimentar decisões, questionar sentidos e significados. Muito do estresse cotidiano e de suas conseqüências pessoais e coletivas é fruto desse tocar a vida ao ritmo de urgências fabricadas. A agitação física e mental estabelece um turbilhão de pensamentos simultâneos que turvam a atenção e sobrecarregam nosso sistema de raciocínio. Cansamo-nos mais, atrapalhamo-nos desejando abarcar vários assuntos num só ato. E pior, prosseguimos deixando coisas caírem pelo apressado caminho de nossa existência.

Entretanto, por mais que sejam atravessados momentos ou situações agitadas, a mente tranqüila sempre será mais capaz de buscar e encontrar as melhores alternativas, abreviando esforços e frustrações. Nossas ocupações podem ser adequadamente cumpridas na cadência dos dias, sem a necessidade de nos preocuparmos com o que possa eventualmente deixar de ser feito. O tempo mostrará se o que foi deixado para trás fará ou não falta. Na maioria absoluta das vezes, as pequenas falhas cotidianas não se transformarão em perdas irreparáveis.

Podemos fazer muitas coisas se nos permitirmos dar um passo de cada vez, um após o outro, sem nos desviarmos de metas propostas e procurando sempre a melhor forma possível. Com o pensamento liberto das pressões desnecessárias, conseguimos olhar a vida saboreando suas cores, seus sabores e principalmente estabelecendo importância adequada a cada momento.

A tranqüilidade é o fruto maduro de uma atitude de viver caprichosamente germinada nos pequenos atos e nas situações banais do dia a dia. Tranqüilidade se cultiva, com zelo e cuidado persistentes; não se compra pronta e nem se engole em cápsulas. Quando se alcança tal equilíbrio, se descobre uma serenidade profunda e duradoura, jamais conquistada com a química dos remédios.

Retornando às palavras iniciais de Crosbie, o que importa na vida é o modo como fazemos as coisas, independente de serem simples ou complexas; rotineiras ou não. O fundamental é caprichar, fazer bem feito e, como a pressa sempre foi inimiga da perfeição, manter sempre a calma e a preservar a tranqüilidade.                                           
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A crônica acima foi publicada inicialmente na edição de 15 de maio de 2010  do jornal 'Agora', em Rio Grande, RS.


www.filosofiaesoterica.com

imagem: google

sábado, 13 de outubro de 2012

O Poder das Crianças



O Poder das Crianças
Caros Amigos,
Para nossa leitura, lembrando que hoje é o Dia das Crianças, trago um trecho do texto O Poder das Crianças, de nosso amigo Carlos:
"A primeira imagem que temos de Jesus é a do menino recém-nascido na manjedoura, com a pobreza e o despojamento exigidos dos verdadeiros Iniciados. Mas essa criança divina é perseguida pela lógica do mundo egoísta, simbolizada por Herodes, que busca destruir a inteligência espiritual. Esse é o processo de provação do discípulo e do Iniciado, que deve enfrentar não só incompreensões e boicotes da parte de outras pessoas, incapazes de entendê-lo, mas também é perseguido por seus próprios hábitos do passado e por seu carma acumulado. O caminho que vai até a ressurreição final da alma é longo, estreito, cheio de espinhos e armadilhas.
Na filosofia oriental, o Iniciado –  que vive em seu coração a unidade de todas as coisas – é considerado “aquele que nasceu pela segunda vez”.  E Jesus Cristo ensina:
“Aquele que não receber o Reino dos Céus como uma criança não entrará nele” (Lucas, 18: 17). E ainda:  “Deixem as crianças e não as impeçam de vir até mim, pois delas é o Reino dos Céus” (Mateus, 19:13).
A força espiritual das crianças e a magia do amor que elas derramam em torno de si não são frutos do acaso. São efeitos práticos da lei da evolução e da reencarnação. A filosofia esotérica ensina que na primeira grande etapa do processo pós-morte a alma passa uma temporada em kama-loka (local dos desejos) e ali há uma purificação. Depois, no segundo estágio, chamado de devachan ou local dos deuses em sânscrito, a alma vive uma exaltação espiritual e uma longa bem-aventurança. Esse estágio é tão duradouro, cronologicamente, que se atribui a ele “uma eternidade”.   Daí a idéia ocidental de que o Paraíso é eterno: o cristianismo bebeu na fonte das religiões mais antigas."

Obrigada e um abraço a todos,
Silvia

Fonte: Silvia é integrante do Grupo SerAtento vinculado ao www.filosofiaesoterica.com

Foto: Terezinha Canabarro

domingo, 7 de outubro de 2012

Medicina Interior ou Medicina Sutil





Medicina Interior  ou  Medicina Sutil
(...)
 A mente, a dimensão sutil, em suma, pensamentos e emoções estão por detrás de todas as nossas doenças e padecimentos. A cura do corpo precisa ser acompanhada ou mesmo precedida da cura da mente, sem o que, não há real processo efetivamente terapêutico. Conhecer e cuidar do corpo, o veículo físico e material, é muito importante, não resta dúvida, porém, cuidar apenas dessa dimensão não basta, não é suficiente. Via de regra, as pessoas aplicam praticamente toda a energia psíquica e esforço físico em algo que será, em última instância, descartado. Investir cem por cento das forças apenas na dimensão material implica imenso desperdício e um visível desequilíbrio que precisa ser urgentemente revisto.
Desconhecer ou desconsiderar a natureza da mente que habita, anima, orienta, dirige, direciona e guia o corpo significa ignorar a dimensão mais fundamental do ser humano e, portanto significa a incapacidade de conceber uma medicina mais integral, coerente, lúcida e, por conseguinte, mais equilibrada e sábia.
Conhecer a mente de forma apropriada e tratar os desequilíbrios, as feridas e as afecções mais sutis das pessoas, com zelo e atenção, representam os novos horizontes e desafios dos profissionais e médicos do futuro, pois o tratamento da dimensão sutil promoverá grande impacto sobre a saúde física, tanto individual quanto coletivamente, e esta nova abordagem afetará muito positivamente todas as demais áreas da vida e da atividade humana.
Esta é a senda que falta ao andarilho, ao desbravador, percorrer.  A uma tal medicina, que não descarta, não desconsidera nem subestima e, sobretudo, que inclui, como seu próprio cerne e âmago, a dimensão sutil, não-material, do ser humano, a esta nova medicina eu denomino de Medicina Sutil ou Medicina Interior.

Fonte: Medicina Interior.  Dr. Enio Burgos, Ed.Bodigaya, 3º Edição, pg 21.
Imagem: Google

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O LADO OCULTO DE BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES





O LADO OCULTO DE BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES

Talvez porque Walt Disney tivesse sido um maçon, ele escolheu esse conto com muito carinho.
Branca de Neve representa o ser iniciado, que nasce na terra. Três mulheres, são representadas neste conto.
A primeira, sua mãe, que morreu quando ela nasceu, levando com ela todo o passado, todas as lembranças, representa o esquecimento quando descemos a esse plano, o passado.
Branca de Neve o presente a ser vivido.
Sua Madrasta o futuro, o desafio, as provas por qual terá que passar.
O espelho é a consciência, na medida em que o tempo passa o corpo físico se degrada, esse confronto é inevitável: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu”, O espelho sempre responderá:
- VOCÊ ONTEM, porque hoje estou mais velho, amanhã mais.
A Madrasta resolve mandar matar Branca de Neve, quer o seu coração, como prova da morte da pureza, da inocência, e Branca de Neve então foge pela floresta, se ficasse no seu castelo, não descobriria seu interior, começa a iniciação, pois a floresta representa o INTERIOR de cada ser. Vai lidar com os seus medos, vai passar pela noite escura da alma.
Neste caminho ela vai encontrar todos os elementos da natureza, e lidar com suas energias representadas por SETE ANÕES.
Os anões são os centros vitais de forças, os CHAKRAS.
O MESTRE representa o CHAKRA CORONÁRIO, ele é o chefe, a consciência espiritual;
O ZANGADO representa o CHAKRA FRONTAL, pois ele é racional, se baseia na lógica e no raciocínio, intelecto;
O FELIZ, representa o CHAKRA LARÍNGEO, é o mais gordinho, tem relação com as glândulas tireoide, é comunicativo, alegre;
O DENGOSO, representa o CHAKRA CARDÍACO, é sentimental, emotivo, chorão, apaixonado;
O SONECA, representa o CHAKRA UMBILICAL, o inconsciente, instinto primitivo, o sono, emoções inferiores;
O ATCHIM representa o CHAKRA ESPLÊNICO (sexual), é o chakra responsável pelo filtro das energias nos órgãos sexuais, também responsável pelas alergias, ansiedades.

O DUNGA representa o CHAKRA RÁDICO, BÁSICO, RAIZ, representado pela inocência, pelo principio, o menino, o inicio da coluna vertebral, é o chakra dos instintos.
Na relação da história, Dunga foi o primeiro a ver Branca de Neve. Nota-se no conto que o Mestre é quem lapida as pedras preciosas. O Mestre confunde as palavras quando fica nervoso, é uma das características do Chakra Coronário quando estiver em mal funcionamento a confusão, o atrapalhamento das ideias.
A Branca de Neve conquista os Sete Anões, domina o Sete Mágico, domina os chakras.
O sete é também por excelência o número vibracional da mudança. Isso atrai para si, um confronto derradeiro, o lado negro surge trazendo o desafio crucial do interior.
A bruxa representa esse lado negro, oculto, essa força inconsciente.
A maçã o CONHECIMENTO. Provar o conhecimento significa morrer, dentro do esoterismo isso significa a MORTE INICIÁTICA.
Os anões a colocam num caixão de vidro, significando que ela está presa em si mesmo.
Surge então o Cavaleiro, uma figura até então indiferente na história, ele significa a energia masculina, a PINGALA, a energia Kundalini positiva, a ação, fazendo uma analogia com o Tarot, o cavaleiro é o carro, o caminho, a carta número 7, símbolo do fogo.
O beijo é o encontro da energia branca, negativa (Lua), feminina chamada de IDA da Kundalini, com a energia do fogo (Sol) Intimidade com o corpo, prazer.
Intimidade com o corpo, prazer.
E quando isso acontece O SER DESPERTA, ascende, transcende, conquista a si mesmo, levanta, se torna INTEGRAL.
Assim fecha a história da saga humana, um horizonte de luz, com um castelo nas nuvens. Um arco íris com um pote de ouro no final.
O “E FORAM FELIZES PARA SEMPRE” não é uma visão míope e boba do amor romântico, mas a descrição do momento em que o homem vence seus próprios defeitos e apossa-se do que tem de mais puro e belo: sua alma. (Ascenção)

Fonte: internet
imagem: Google

sábado, 8 de setembro de 2012




A Humanidade Está Em Construção



A Vida Tal Como a Conhecemos é Apenas a
Matéria-Prima Para a Vida Como Ela Pode Ser

 S. Radhakrishnan
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Publicado pela primeira vez em 1939, o texto a seguir [1] expressa adequadamente a visão de futuro 
da filosofia esotérica autêntica. S. Radhakrishnan descreve a fraternidade planetária como o futuro natural
da nossa humanidade. Ele sugere que a auto-disciplina e a auto-responsabilidade são parte do caminho para uma vida comunitária que tenha como base a sabedoria. Nascido em setembro de 1888, Sarvepalli Radhakrishnan foi o primeiro vice-presidente e o segundo presidente da Índia após a independência. Ele escreveu diversas obras importantes sobre as filosofias da Índia, e ajudou a expandir a ponte intercultural entre as tradições do Oriente e do Ocidente. Os livros de Radhakrishnan - entre eles The Principal Upanishads”, “An Idealist View of Life” e “Indian Philosophy” (este em dois volumes) - têm
numerosos elementos em comum com a teosofia original de Helena Blavatsky. Além disso, Sarvepalli Radhakrishnan fez oposição às guerras e às armas nucleares. Ele defendeu o fim das castas e mesmo das classes sociais na Índia. Amigo pessoal do Sr. B. P. Wadia - um dos principais líderes da Loja Unida de Teosofistas [2] - S.Radhakrishnan foi um verdadeiro estadista. Ele sabia que o nosso planeta é uma comunidade
sem fronteiras, cuja evolução ocorre através da lei da ajuda mútua.
(Carlos Cardoso Aveline)
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As verdades fundamentais de uma religião espiritual são duas: 1) o nosso verdadeiro eu é o ser supremo, que devemos descobrir, e no qual devemos transformar-nos; 2) este ser supremo é o mesmo em todos.
Quando uma alma encontra a sua essência, ela não é mais consciente de si como um ser isolado. Ela passa a ser consciente da vida universal, da qual todos os indivíduos, raças, e povos são apenas variações.
Um impulso único anima todas as aventuras e aspirações do ser humano. A experiência da alma que percebe a sua unidade essencial com todos os seres está expressa nas palavras “eu faço parte de você e você faz parte de mim”. [3]
A fraternidade é vida; a falta de fraternidade é morte. Não podemos escapar da solidariedade secreta da raça humana. Ela não pode ser abolida pelas insanidades passageiras do mundo. Aqueles que buscam viver em paz com os membros da sua própria espécie e com todos os seres não aceitam, satisfeitos, o massacre de milhares de seres humanos, usando como desculpa o fato de que eles não pertencem à sua raça ou seu país. Trabalhando a partir de uma visão mais ampla, que tudo abrange, eles ignoram os modos artificiais de viver que nos seduzem e nos afastam das fontes naturais da vida. 
Nossas atitudes cotidianas diante de outros povos e nações são máscaras artificiais, hábitos mentais e emocionais laboriosamente cultivados através de um longo exercício da dissimulação. A natureza social do ser humano é distorcida e assume formas estranhas devido ao veneno que é colocado em seu sangue e que o transforma em um animal feroz. O racismo e o nacionalismo, que nos estimulam a exacerbar nossos sentimentos mais inferiores, a ameaçar e enganar, a matar e saquear, tudo com um sentimento de que somos profundamente virtuosos e estamos cumprindo a vontade de Deus, são ideologias abjetas para os que estão espiritualmente despertos.  Estes sabem que todas as raçase nações vivem sob a mesma abóboda celeste. Eles proclamam uma nova relação social e buscam construir uma nova sociedade com liberdades civis para todos os indivíduos, e com liberdade para todas as nações, grandes e pequenas.
Uma Meta Elevada e uma Decisão Estável
Não podemos ficar desanimados com o colapso de uma civilização construída sobre a audácia da dúvida especulativa, sobre o impressionismo moral e o entusiasmo confuso e feroz por raças e povos, porque tal civilização tem em si elementos anti-sociais e anti-éticos, que merecem ser destruídos.
Uma tal civilização não está planejada para priorizar o bem da humanidade em seu conjunto, mas para garantir a comodidade de alguns poucos privilegiados, entre os indivíduos, e entre as nações. Tudo o que for realmente valioso será preservado no novo mundo que está lutando por nascer.
Apesar das aparências, vemos na atual inquietação do mundo o surgimento gradual de uma grande luz, a confluência de esforços vitais, uma compreensão crescente de que há um espírito secreto no qual todos vivem em comunidade, e do qual a humanidade é o mais alto instrumento na Terra.
Há um desejo crescente de expressar esse conhecimento e de estabelecer um reino do espírito na Terra. A ciência produziu os meios necessários para o transporte fácil de seres humanos e a comunicação do pensamento. Intelectualmente, o mundo está unido por uma rede de ideias comuns e conhecimento recíproco.
Até mesmo obstáculos como os dogmas religiosos já não são tão fortes como eram no passado. O progresso do pensamento e da visão crítica está ajudando as diferentes religiões a fazerem soar a nota da verdade eterna e universal, a verdade do espírito. Esta é a verdade que a vida busca e obedece, e através dela a vida encontra a felicidade em todos os tempos e lugares. 
Somos capazes de ver mais claramente que a verdade de uma religião não está no que é especifico e exclusivo dela, nem é a mera letra morta da lei, na qual os sacerdotes procuram insistir, e pela qual os fiéis estão dispostos a lutar. A verdade está naquilo que cada religião é capaz de compartilhar com todas as outras. A compreensão suprema que a humanidade deve alcançar de si mesma e do mundo só pode ser alcançada através dos valores que são humanos e universais.  
A humanidade ainda está em construção. A vida tal como a conhecemos é apenas a
matéria-prima para a vida como ela pode ser. Estão ao alcance da nossa espécie uma plenitude e uma liberdade até aqui inéditas. Basta unir-nos como seres humanos e avançar com uma meta elevada e uma decisão estável.
O Poder dos Indivíduos
O que se necessita não são declarações solenes e programas de ação, mas o poder do espírito nos corações humanos, um poder que nos ajudará a disciplinar nossas ações e libertar-nos da cobiça e do egoísmo, e a organizar o mundo que desejamos.
NOTAS:
[1] Traduzido do volume “Eastern Religions and Western Thought” (“Religiões Orientais e Pensamento Ocidental”) de S. Radhakrishnan; primeira edição, 1939, Oxford University Press; Third impression, Oxford India paperback, 1989, 396 pp., ver pp. 32-34.
[2] A amizade entre o estadista e o teosofista está registrada no texto “B.P. Wadia, a Life of Service to Mankind”, do Sr. Dallas TenBroeck, que pode ser encontrado na seção temática  “Learning from Example: The Lives of Some Theosophists and Sages”, em www.TheosophyOnline.com e  www.FilosofiaEsoterica.com .
[3] Há aqui uma alusão indireta à tradicional saudação indiana “Namastê”, que significa: “O ser divino em mim saúda o ser divino em você.”
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A Ecologia da Mente...



A Ecologia da Mente
Meios Para Encontrar a Harmonia Interior

Carlos CardosoAveline

O equilíbrio ecológico é apenas a fraternidade, a harmonia, e a relação de causa-e-efeito unindo as diferentes formas de vida nos vários reinos da natureza. Mas sou humano, tenho muito por aprender, e é correto que me pergunte:
“Será possível viver de fato a fraternidade no dia-a-dia da sociedade que me rodeia hoje? Como posso  viver uma ecologia interior, harmonizando-me com a vida humana em geral, aqui e agora, por meu próprio mérito e esforço e  sem impor condições prévias aos outros?
Algumas idéias básicas podem ser úteis na tentativa de viver a ecologia da mente e de ser igualmente fraterno para com todos.

1 ) Em primeiro lugar o erro alheio não deve fazer com que eu me sinta autorizado, nem remotamente, a errar da minha parte. Perceber um erro não justifica outro.A verdadeira auto-estima não surge da comparação em que se atribui desvantagem aos outros. A satisfação com o erro alheio é muitas vezes uma fuga de nossas próprias frustrações, e deve ser vencida pela observação atenta do mecanismo da inveja e da competição.

 2 ) O erro alheio não deve causar excessiva indignação. Pode-se combater o erro alheio, especialmente quando ele tem conseqüências negativas sobre os inocentes. Mas a indignação excessiva nos cega e tira a serenidade.  É preciso combater o erro, não a pessoa que errou. E a indignação exagerada diante do erro pode ser um disfarce da inveja. Perde-se muita energia com indignação emocional diante dos erros alheios.  Em alguns casos, estes erros são inclusive imaginários, no todo ou em parte.  O excesso de indignação é uma energia que seria melhor empregada no nosso próprio auto-aperfeiçoamento. Esta última tarefa é algo que ninguém pode fazer por nós.

3 ) Saber ouvir a crítica aos nossos  próprios erros.Ouvir os outros, em geral, já é difícil. Ouvir uma crítica  a nós é mais difícil ainda. Inconscientemente, gostamos de supor que somos infalíveis. É preciso ouvir de fato as críticas dirigidas a nós. São verdadeiras?  Então é  preciso coragem para mudar. São falsas? Depois de um exame honesto, neste caso, devemos deixar que a crítica injusta entre por um ouvido e saia pelo outro.

4 ) Não devo enxergar erros alheios onde eles não existem.Muitos erros alheios são miragem e alucinação. É cômodo transferir para fora pontos fracos nossos, ou exagerar  as falhas dos outros para poder chegar à conclusão de que somos perfeitos, e apenas o mundo é que – injustamente – não nos compreende
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5 ) Devo fazer o bem. Não basta manter-me livre tanto do mal quanto do sentimento de raiva contra o mal. É preciso também fazer coisas boas, duráveis, equilibradas. E isto não só no aspecto pessoal, como também na dimensão familiar, social e política. Porque não há muros dividindo um setor e outro da nossa vida. Não é a crítica que elimina o mal, mas a prática firme e paciente do bem, por parte de quem procura ter o máximo de discernimento diante da vida.

6 ) Devo tornar acessível aos outros a prática do equilíbrio e da harmonia. Em casa, no trabalho, na convivência com pessoas e animais, devo colocar ao alcance de todos alguns mecanismos simples, pelos quais a fraternidade humana possa manifestar-se. Isto será eficaz na medida da simplicidade pessoal com que for feito. Deve ser algo natural. Se não estiver ocorrendo, todo o processo precisa ser repensado, porque está faltando algo importante.

7 ) Ter uma meta e um programa definidos para minha vida. A vida de uma pessoa é algo demasiado importante para perder-se em meio aos problemas e ilusões diárias, lembranças de ontem e esperanças para a semana que vem. Quais são os meus objetivos existenciais? De que forma  pretendo fazer da minha vida algo realmente significativo e útil? O que desejo aprender – e realizar – até os 90 anos de idade? São perguntas importantes. E não é por casualidade que, quando enfrentadas, acabam conduzindo aos outros seis pontos abordados anteriormente. O sétimo ponto é, de certa forma, o primeiro.
Assim, a ecologia da mente está presente em nossos relacionamentos e vida diária, em nossos pensamentos e emoções. Antes de olharmos o ecossistema externo, é bom olharmos para o nosso conteúdo interior. Estaremos sendo ecologicamente corretos nos campos das relações humanas?

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O texto acima corresponde ao capítulo quatro da obra “Apontando Para o Futuro”, Carlos Cardoso Aveline, Ed. PrajnaParamita, Porto Alegre, 1996
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Veja o livro “A Vida Secreta da Natureza”, de  Carlos Cardoso Aveline, Terceira Edição, Ed. Bodigaya, 2007, 158 pp. Visite www.bodigaya.com.br



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sábado, 25 de agosto de 2012

Aceitação - O início da transformação





Aceitação - O início da transformação

A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos.
De verdade, se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, devemos começar aceitando.
A aceitação é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.
É difícil aceitar uma perda material ou afetiva; uma dificuldade financeira; uma doença; uma humilhação; uma traição.
Mas a aceitação é um ato de força interior, sabedoria e humildade, pois existem inúmeras situações que não estão sob o nosso controle.
As pessoas são como são, dificilmente mudam. Não podemos contar com isso. A única pessoa que podemos mudar, somos nós mesmos, portanto, se não houver aceitação, o que estaremos fazendo é insensato, é insano. Ser resistente, brigar, revoltar-se, negar, deprimir, desesperar, indignar-se, culpar, culpar-se são reações emocionais carregadas de raiva. Raiva do outro, raiva de si mesmo, raiva da vida. E a raiva destrói, desagrega.
A aceitação é uma força que desconhecemos porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar.
Aceitar não é desistir, nem tão pouco resignar-se. Aceitar é estar lúcido do momento presente e se assim a vida se apresenta, assim deve ser. Tudo está coordenado pela Lei da ação e reação.
No instante em que aceitamos, desmaterializamos situações que foram criadas por nós, soluções surgem naturalmente através da intuição ou fatos trazem as respostas e as saídas para o problema. Tudo é movimento. Nada é permanente.
A nossa tendência “natural” é resistir, não aceitar, combater tudo o que nos contraria e o que nos gera sofrimento. Dessa forma prolongamos a situação.

Resistir só nos mantém presos dentro da situação desconfortável, muitas vezes perpetuando e tornando tudo mais complicado e pesado.
Quando não aceitamos nos tornamos amargos, revoltados,frustrados, insatisfeitos, cheios de rancor e tristeza, e esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades, nunca trazem solução.
Aceitar é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio. Aceitar é o que nos da confiança.
É fundamental entender que aceitar não significa desistir e seguir adiante com otimismo.
Ter muitos propósitos a serem atingidos é nossa atitude saudável diante da vida. Aceitar se refere ao momento presente, ao agora.
No instante que você aceita, você se entrega ao que a vida quer-lhe oferecer. Novas idéias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento.
Ana Cristina Pereira


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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Pensamento correto, ação correta...





Assumir a responsabilidade por todas as nossas ações.


 "As  palavras são instrumentos comparáveis aos bens materiais. Se sabemos que as palavras (como as outras ferramentas) só são úteis quando bem utilizadas, com ética e integridade, elas serão uma parte sagrada da caminhada espiritual e da vida, porque então nós falaremos sempre desde o nosso coração, e assumiremos a responsabilidade pelas nossas ações e intenções."

  O Papel das Palavras na Vida Espiritual.
http://www.filosofi aesoterica. com/ler.php? id=598


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terça-feira, 26 de junho de 2012





O RUMO DA VIDA DEFINE O CARMA

"Para saber se um homem é, ou tem sido feliz ou infeliz, descubra em que direção está voltada a sua vontade." [1].

O significado da frase é claro: o carma depende do rumo da vida. Em inúmeros casos, no entanto, a vontade de um indivíduo não tem sequer uma direção definida. Sua vontade está dividida. Uma parte dela aponta para o alto. Outra parte aponta para os apegos e as comodidades pessoais. Um terceiro setor da vontade fica oscilando ao sabor do vento, como certas birutas de aeroporto, que apenas indicam para que lado o vento toca, e, talvez, a sua velocidade. 

A atual sociedade consumista coisifica as pessoas, manipulando-as para lá e para cá, iludindo-as com metas materiais de curto prazo, e tirando-lhes a possibilidade de definir um projeto claro para suas vidas. Por outro lado, o estudo da filosofia lhes devolve a condição plenamente humana, e lhes permite readquirir o controle do rumo da vida. Para quem deseja uma vida filosófica, uma das primeiras medidas práticas consiste em fazer coisas úteis durante o chamado tempo de "lazer": alguns exemplos são o estudo, a meditação, o ato de escrever e de debater sobre temas relativos à sabedoria. Quando aproveitamos bem as oportunidades que já estão ao nosso dispor, podemos confiar no fato de que logo surgirão novas oportunidades diante de nós.

O estudante de filosofia deve, pois, definir – de modo gradual mas com clareza crescente – quais são o seu rumo e o seu projeto de vida. Assim, o tempo nunca passará em vão. Não haverá falta de tempo para ele, e ele terá felicidade interior.
A tradição pitagórica afirma:
"Para o barqueiro que não sabe o rumo a seguir, todo vento é ruim".
Mas quando o barqueiro sabe o rumo da sabedoria, e conhece bem tanto o barco quanto o oceano, ele é capaz de avançar com seu barco veleiro na direção desejada, mesmo quando o vento é contrário. Uma vez definida a meta, basta usar corretamente os recursos que já estão ao seu alcance – e perseverar.



inslow Homer  (EUA 1836-1910)
aquarela


quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Lei da Justiça Ensina Mais do Que Pune




A Lei da Justiça Ensina Mais do Que Pune
 O Carma é Inseparável da Compaixão

Os fatos pouco agradáveis que de tempos em tempos ocorrem na vida de todos não são obra do acaso.  Há toda uma cadeia de ações e reações por trás deles, assim como também ocorre no caso dos fatos agradáveis. Nada é por acaso no universo, e tudo aponta para o caminho da sabedoria.

O carma é feito, portanto,  muito mais de lições do que de prêmios ou punições. Não há algum “deus”  vingativo ou protetor interessado em punir ou privilegiar pessoas.  Há lições que devem ser aprendidas para que os seres avancem evolutivamente. E há uma Lei do Equilíbrio, uma Lei da Justiça, da qual emanam lições, sejam elas amargas ou doces. 

Devemos perceber também que nem sempre o carma desagradável é colheita do que foi plantado pelo indivíduo que o recebe.   O sofrimento de alguém pode ser,  e é frequentemente, um plantio novo e equivocado que está sendo feito ou foi feito antes por outrem. O sofrimento também pode ser o surgimento do carma coletivo de um modo que o indivíduo é, enquanto indivíduo,  inocente.  Por exemplo, todo aspirante à sabedoria universal deve inevitavelmente desafiar e enfrentar como se fosse seu o carma acumulado de ignorância humana. Assim, é possível e é frequente colher o que não se plantou; e haverá compensação por isso, é claro.

É importante que evitemos a ilusão de pensar no carma como um castigo. Também é falta de discernimento catalogar as vítimas de injustiças como culpadas pelo seu próprio sofrimento. Neste caso cairíamos na tese nazista segundo a qual “a culpa é da vítima” e “vale a lei darwinista dos mais aptos”.

Os desinformados pensam que, “devido à lei do carma”, se alguém sofre um ato de violência, é porque está “pagando algum erro do passado”.  Esta afirmativa é de uma covardia intelectual de grande porte.  O fato é que aquele que comete a injustiça está plantando mau carma para si. Um erro não justifica outro, e ainda que alguém tenha cometido injustiça em vida anterior, isto não justifica uma injustiça contra ela  na vida atual. O carma não funciona como lei do talião, na base do olho por olho e dente por dente, exceto quando há uma completa ausência de sabedoria. 

Temos um bom exemplo disso no sistema penal brasileiro. Para certos crimes menores, o condenado presta serviços comunitários e é condenado a trabalhar para o bem comum − como carma de ter cometido um pequeno crime. E fica livre da pena de reclusão.  

Na mesma linha, se fôssemos punir judicialmente os políticos e administradores públicos  que roubam o dinheiro do povo, o que deveríamos fazer do ponto de vista da lei do carma? Não seria eficiente  colocá-los nas celas do atual sistema penitenciário.  Os maus administradores públicos deveriam ser condenados, isto sim, a viver pobremente e com um salário modesto, trabalhando em serviços comunitários.  Neste caso eles permaneceriam livres – sob liberdade condicional – para que pudessem aprender a sua lição de modo saudável.  As fortunas roubadas,  é claro, deveriam ir para projetos de bem-estar social, sendo devolvidas ao povo que eles prejudicaram enquanto  traíam a Nação. Mas o desafio ético da lei  não é promover uma “vingança” contra os criminosos − políticos ou não.  A meta é recuperar, em suas consciências,  o sentido de ética interior que perderam, e cuja perda os reduziu à condição de seres humanos incompletos.   

Do mesmo modo, aquele que mata não deve ser morto. Aquele que mente, não deve pagar o carma ouvindo mentiras. E aquele que é injusto, não deve sofrer injustiças.  A lei do carma não é uma lei de vingança.  Toda vingança é uma grave distorção da lei do carma. A lei do carma é a lei da compaixão, que é inseparável da lei da justiça. A compaixão ocorre através da justiça.

Se tudo o que ocorre de desagradável às pessoas fosse sempre carmicamente merecido, então nossa humanidade já teria alcançado a perfeição, porque seu sofrimento tem sido contínuo. 
Mas ocorre que há mau carma novo sendo gerado todos os dias; e este carma de ignorância é plantado através de injustiças.  Assim, metade ou mais do sofrimento humano não é merecido nem é inevitável, e pode ser eliminado através da solidariedade e da compaixão com  discernimento. Talvez não possamos ajudar a todos os que sofrem.  Esta é uma questão diferente.  Mas não devemos pensar que tudo o que ocorre de sofrimento a alguém é necessariamente algo que a pessoa merece. Longe disso. O que lemos na Carta 88 de  “Cartas dos Mahatmas” é, ao contrário,  que nenhum sofrimento ficará sem compensação;  que a natureza tem um antídoto para cada veneno, e a cada derrota corresponderá uma vitória.

É verdade que “cada homem é absolutamente seu próprio legislador, dispensador da glória ou da desgraça para si mesmo”. Mas é pela ação fraterna que se abre o caminho para a libertação.  Por isso é potencialmente uma bênção a oportunidade que todo indivíduo tem de ser ativamente solidário. É um privilégio confrontar os mecanismos de ignorância espiritual organizada que provocam sofrimento no mundo atual.

Naturalmente, devemos optar por combater a causa, e não apenas os efeitos do sofrimento.

A origem da dor  humana está nas diversas formas de ignorância ética e espiritual, e a teosofia ensina a plantar as bases da sabedoria. Mas a atitude solidária com os que sofrem é indispensável, porque  todo sofrimento ocorre sob a lei do carma, mas nem todo ele é  necessário ou merecido.   

A Lei do carma não justifica, por exemplo, as crueldades contra os judeus nos últimos 2000 anos, ou contra negros e indígenas nos últimos 500 anos. A lei do carma não justifica a destruição das florestas.  Ela não justifica o sofrimento dos palestinos. Não justifica roubos, assaltos e violência.  A lei do carma não justifica a omissão diante do sofrimento humano, porque a omissão é uma forma de ação, e é também uma decisão carmicamente responsável.  

A lei do carma apenas estabelece que cada ação errada será substituída −  não pelo erro igual e contrário (lei do talião) − mas pela ação correta correspondente, segundo a lei da fraternidade, que é a nota-chave superior da lei da justiça no reino humano.

Fonte:
O Teosofista - Notas e Informações Sobre Teosofia e o Movimento Esotérico
Ano II, Número 23, Abril de 2009. O Teosofista é o boletim eletrônico mensal do wbsite www.filosofiaesoterica.com

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Pensamento é o Poder Motor da Ação



C.W.Leadbeater


O pensamento revela-se como uma vibração no corpo mental que se comunica com a matéria externa e produz um efeito. Portanto, o pensamento em si é uma força real e definida, e o interessante é que todos nós possuímos esse poder. Cada pensamento produz dois efeitos externos principais: uma vibração irradiante e uma forma flutuante. Analisemos como ambas afetam o pensador e as outras pessoas.


Em primeiro lugar, vamos lembrar da força do hábito. Se acostumarmos nossos corpos mentais com certo tipos de vibrações, eles aprenderão a reproduzi-las com facilidade e prontidão. Se pensarmos um certo tipo de pensamento hoje, amanhã será mais fácil repetir o mesmo pensamento. Se alguém começa a pensar mal dos outros, logo se torna fácil pensar pior, e torna-se mais difícil pensar no bem deles. Cria-se assim um ridículo preconceito que cega totalmente a pessoa, impedindo-a de ver os pontos bons de seus semelhantes, e aumentando enormemente o mal nos outros.


Em seguida seus pensamentos começam a incitar as emoções, e como só vê o mal nos outros começa a odiá-los. As vibrações da matéria mental excitam as da matéria astral densa assim como o vento perturba a superfície do mar. Todos sabemos que ao pensar em nossos erros facilmente nos irritamos e freqüentemente ignoramos a conclusão inevitável de que, pensando racionalmente e com calma, prevenimos ou dissolvemos a raiva.


A forma de pensamento gerada também reage sobre o pensador. Se o pensamento destina-se a alguém, a forma dispara como um míssil na sua direção, mas se o pensamento, como acontece com tanta freqüência, diz respeito principalmente ao próprio pensador, esta permanece flutuando nas proximidades, pronta a reagir sobre ele e duplicar-se, isto é, pronta a estimular na sua mente o mesmo pensamento mais uma vez. Para o pensador parecerá que o pensamento surgiu em sua mente vindo de fora, mas a experiência é, na verdade, apenas o resultado mecânico de seus próprios pensamentos prévios.


Observemos agora como esse fragmento de conhecimento pode ser usado. Obviamente todo pensamento ou emoção produz um efeito de longa duração, pois fortalece ou enriquece uma tendência e, além disso, reage constantemente sobre o pensador. Portanto, fica claro que temos de ter todo cuidado com os pensamentos ou emoções que permitimos surgir dentro de nós mesmos. Não podemos nos desculpar como tantos fazem, dizendo que sentimentos indesejáveis são naturais em certas condições. Temos de usar o direito de controlar nossa mente e nossas emoções. Se podemos habituar-nos a procurar as qualidades desejáveis nas pessoas que conhecemos, e não as indesejáveis, nós nos surpreenderemos ao descobrir como as boas qualidades são numerosas e importantes. Assim começaremos a gostar delas e a não evitá-las, e teremos, pelo menos, a possibilidade de fazer avaliações mais justas das pessoas.


Podemos dedicar-nos ao exercício útil de admitir apenas pensamentos bons e agradáveis e, se persistirmos, logo começaremos a perceber resultados. Nossas mentes trabalharão mais facilmente pêlos canais da admiração e da simpatia ao invés da suspeita e do menosprezo, e, quando nossos cérebros estiverem desocupados, os pensamentos que se apresentarem serão bons e não maus, em uma reação natural das formas graciosas que criamos para nos circundar. "O homem é aquilo que pensa em seu coração", e obviamente o uso correto e sistemático do poder do pensamento torna a vida muito mais fácil e agradável .


Reparemos agora como nossos pensamentos afetam os outros. A ondulação irradiante, como muitas outras vibrações na Natureza, tende a se duplicar. Por que um determinado objeto se aquece diante do fogo? Porque a radiação das vibrações vindas da matéria incandescente leva as moléculas do objeto a oscilarem mais rapidamente. Da mesma maneira, se enviarmos com persistência ondulações de pensamentos agradáveis sobre outrem, com o tempo uma vibração similar aos pensamentos de simpatia surgirá naquela pessoa. Formas de pensamentos dirigidas para ela flutuarão à sua volta e agirão quando surgir uma oportunidade. Assim como um mau pensamento pode ser um demônio tentador tanto para o pensador quanto para outrem, assim também um bom pensamento pode tornar-se um anjo guardião que encoraja a virtude e evita o vício. Infelizmente é comum nos dias de hoje aquela atitude de estar sempre procurando falhas nos outros, e as pessoas que agem assim não compreendem o mal que causam. Se observamos suas conseqüências, veremos que o hábito da bisbilhotice maliciosa é simples perversidade. Não importa se o escândalo tem fundamento ou não; em qualquer dos casos ele só pode gerar o mal. Nesta situação encontramos pessoas concentradas em algum suposto vício de alguém, atraindo a atenção de muitas outras que, de outra forma, não se teriam dado conta desse defeito.


Suponhamos que acusem sua vítima de ser invejosa. De imediato centenas de pessoas começam a despejar no infeliz sofredor torrentes de pensamentos sugerindo a idéia da inveja. Não é claro que, se o pobre homem tiver tendência a esse desagradável vício, esta seria grandemente intensificada pela avalanche que o atinge? E se, como normalmente acontece, não houver qualquer razão para esse malicioso rumor, aqueles que o espalhem estão fazendo de tudo para criar em sua vitima o próprio vício de cuja existência imaginária eles tão selvagemente se regozijam.


Devemos pensar sempre nas coisas boas de nossos amigos, não só porque isso é muito mais saudável para nós, mas também porque assim elas se fortalecem. Quando formos obrigados a reconhecer alguma qualidade má de um amigo, devemos ter o cuidado de não pensar nela, mas, sim, na virtude oposta que queremos ajudá-lo a desenvolver. Caso ele seja avarento ou pouco afetivo não devemos fazer comentários ou fixar nosso pensamento nesse defeito, porque, se o fizermos, as vibrações por nós criadas tornarão as coisas piores. Em vez disso, pensemos intensamente na qualidade que ele precisa desenvolver, inundando-o com ondulações de generosidade e amor, pois assim estaremos realmente ajudando nosso irmão.


Se o poder de pensamento for usado com essas orientações, nós nos tornaremos verdadeiros centros de bênção em qualquer lugar onde nos encontremos. Mas lembremos que essa força é limitada; por isso, se quisermos ter o bastante dela para ser úteis, não a desperdicemos.


O homem comum não passa de ser um centro de vibrações agitadas. Encontra-se constantemente preocupado, incomodado, estressado com alguma coisa, em depressão profunda ou, então, excitado sem razão, ao esforçar-se para mudar alguma circunstância ou tratar de conseguir algo. Por uma razão ou outra, está sempre desnecessariamente agitado, muitas vezes por causa de coisas insignificantes. Isso quer dizer que está o tempo todo gastando força, dissipando inutilmente algo pelo qual é diretamente responsável e que poderia torná-lo mais feliz e saudável.


Outra situação que o leva a dissipar muita energia são as discussões desnecessárias. Está sempre tentando fazer alguém concordar com suas opiniões pessoais. Esquece-se de que toda questão tem sempre muitos lados ou aspectos, quer se trate de política, religião ou algum outro interesse de curto prazo, e que os outros também têm direito ao seus próprios pontos de vista, o qual de qualquer modo nada importa, pois os fatos permanecem os mesmos independente do que cada um pense. A maior parte dos assuntos não vale a pena discutir, e, normalmente, aqueles que falam mais alto e com mais confiança são precisamente os que menos sabem.


Quem deseja usar o poder do pensamento de maneira útil, seja para si mesmo ou para os outros, deve economizar suas energias, ser calmo, comedido e refletir cuidadosamente antes de falar ou agir. Que não fiquem dúvidas de que essa força do silêncio é muito poderosa. Qualquer um que se entregue ao trabalho pode aprender a usá-la, e, com seu uso, cada um de nós pode progredir bastante fazendo um grande bem para o mundo à nossa volta.


Deve compreender-se bem esse poder do pensamento e o dever de reprimir pensamentos maus, egoístas ou agressivos. Os pensamentos produzem seus efeitos, quer desejemos ou não. Um homem sábio produz intencionalmente os resultados da sua ação mental. Cada vez que controlamos nossos pensamentos, a próxima vez o controle fica mais fácil. Enviar pensamentos positivos aos outros é algo tão real quanto dar dinheiro; e é uma forma de caridade que até o mais pobre dos homens pode fazer. É errado irradiar depressão. Ela impede os pensamentos elevados, causa muito sofrimento às pessoas sensíveis e é responsável pela maior parte do medo noturno das crianças.


Ao permitir que pensamentos miseráveis e maldosos sejam descarregados sobre uma criança, como muitos fazem, estamos envolvendo-a em penumbra, e isso não está certo. Esqueçam-se da depressão e. em vez de ceder a ela, enviem pensamentos de fortaleza para os doentes.


Nossos pensamentos não são -como se poderia supor- assunto apenas da nossa própria conta, pois suas vibrações afetam os outros. Os pensamentos maldosos têm alcance muito maior do que as palavras, mas não podem afetar quem estiver totalmente livre da qualidade que eles veiculam; por exemplo, o pensamento do desejo de beber não pode penetrar no corpo de um homem totalmente abstêmio. Ele atinge seu corpo astral, porém, como não pode penetrar, retorna ao emissor.


A vontade pode ser treinada para agir diretamente sobre a matéria física. Para alguns talvez o exemplo mais comum seja aquele do quadro usado muitas vezes nas práticas de meditação, no qual podem ser observadas com freqüência alterações de expressão; as partículas físicas são, sem dúvida alguma, afetadas por um pensamento forte e constante. A Sra. Blavatsky costumava recomendar algumas práticas a seus discípulos, dizendo-lhes para pendurarem uma agulha em um fio de seda e aprender a movê-la pela força da vontade. Um escultor também usa o poder do pensamento, mas de maneira diferente. Diante de um bloco de mármore, ele cria uma forte forma de pensamento da estátua que deseja esculpir. A seguir coloca sua forma de pensamento dentro do bloco e começa a remover o mármore que sobra fora da forma de pensamento, deixando apenas a parte interpenetrada por ela.


Habituem-se a dedicar algum tempo todos os dias a formular bons pensamentos e enviá-los a outras pessoas. È uma prática fundamental para todos, e fará muito bem para as pessoas que os recebem também, sem dúvida alguma.


(Extraído da obra A Vida Interna, C.W. Leadbeater, Editora Teosófica, 1996.)

terça-feira, 1 de maio de 2012






Retirado do livro    Meditação Taoísta - de Thomas Cleary (comp.)
                            Editora Teosófica - Brasília - DF - 2001 -  pág 46

Vejam...
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O desvio deliberado dos princípios chama-se mal.
Os desvios inadvertidos dos princípios chamam-se erros.
Diz um provérbio : " Se as pessoas não são sábias, como não cometerão erros ? "
Este provérbio pode ser usado para perdoar os outros, mas não deve ser usado como
desculpa para si mesmo.

ooooooooooooooooooo 
 Publicado por Celina, integrante do Grupo SerAtento vinculado ao www. filosofiaesoterica.com