sábado, 28 de março de 2009

Nem Darwin, Nem Igrejas




Ciência Materialista e Dogma Religioso
São Os Dois Lados De Uma Moeda Falsa
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
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O texto a seguir foi produzido
originalmente para o e-grupo
SerAtento, de YahooGrupos.
 
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Amigos, 
 
 
Todos querem um planeta saudável e uma sociedade justa. 
 
Mais que um mero desejo ou esperança, este é um projeto histórico que vale a pena alimentar. Mas é sempre oportuno perguntar-nos o que estamos fazendo a respeito. 
 
Pensar que 'nada podemos fazer em relação a isso' seria, provavelmente, um pretexto e uma justificativa para não fazer aquilo que está, efetivamente, ao nosso alcance e pode ser feito.  
 
A vida física segue a vida do pensamento. A nossa relação com o mundo concreto e visível é sempre uma materialização do que ocorre antes nas mentes. Só uma espiritualidade planetária e e uma filosofia universal podem abrir caminho para uma sociedade planetária e uma cultura global baseada na fraternidade. E o caminho está sendo aberto.  
 
No início do século vinte, Robert Crosbie escreveu: 
 
'Se queremos uma civilização melhor que a que temos agora, somos nós que devemos começar agora mesmo a fazê-la. Mais ninguém a fará para nós. Temos que colocar em movimento as linhas que levam a uma verdadeira civilização, a partir de uma base verdadeira; mas se pensamos que não somos capazes de fazer muita coisa, e não fazemos o que está ao nosso alcance, é certo que nunca poderemos fazer mais.' [1]  
 
É um erro projetar sobre os outros o dever ético de tomar uma pequena iniciativa para que as coisas melhorem. Mas devemos examinar com calma a seguinte pergunta: 'O que deve ser feito?' Aparentemente, as possibilidades e as opções são muitas. Mas o mais importante é construir os alicerces. Um prédio firme necessita alicerces sólidos. Podemos somar-nos mais ativamente aos que estão construindo as bases e premissas de uma sociedade correta. Em que plano da realidade estão os fundamentos de uma civilização?  
 
As civilizações começam no pensamento. As bases do futuro não são físicas, mas mentais.  
 
O que é que necessita ser mudado exatamente? O que há de errado com a sociedade atual? 
 
A árvore se mede pelos frutos. A visão Igrejista de mundo – como podemos ver pela história dos últimos 15 séculos – contraria o ideal do Jesus do Novo Testamento e produz guerras, injustiça, intolerância e, paradoxalmente, um materialismo destituído de alma.  
Por outro lado, a visão darwinista da vida encerra um longo ciclo histórico com um materialismo consumista baseado na ideia da competição pura e simples. O darwinismo compete com o Igrejismo para dar a base filosófica da civilização atual, e busca legitimar-se com base na ideia 'cientifica' da competição. Mas para afirmar-se o darwinismo necessitou e ainda necessita ignorar uma verdade inconveniente. O fato incômodo é que a ajuda mútua constitui o grande fator da evolução em todos os reinos da natureza. A competição é um fator menor e complementar. Como demonstrou Piotr Kropotkin, a regra geral é o apoio mútuo e a complementariedade entre os indivíduos e entre as espécies. [2]
 
 
No plano social, uma civilização mais conscientemente solidária pode emergir de uma filosofia e de uma visão de mundo universais. A filosofia teosófica não supera apenas os dogmas irracionais impostos pelas Igrejas. Ela resgata parte do pensamento de Kropotkin a respeito da evolução humana, e faz isso a partir de uma proposta abrangente da vida no planeta e no cosmo. A teosofia supera a visão fragmentária do darwinismo, e ensina a lei da fraternidade entre todos os seres. Esta lei é uma consequência da lei do carma. A vida entre irmãos nem sempre é fácil, como se sabe. Mas isso não nega o fato da fraternidade, nem elimina o fato de que a solidariedade é a regra. A competição – quando deixa de ser um fator secundário e passa a ser visto como principal – leva à destruição mútua. E isso não é bom. 
 
Fraternalmente, Carlos. 
  
NOTAS: 
 
[1] 'A Book of Quotations From Robert Crosbie', Theosophy Co., Mumbai, India, 107 pp., ver pp. 61-62.  
 
[2] Leia-se por exemplo a obra 'El Apoyo Mutuo', de Piotr Kropotkin, Editorial Proyección, Buenos Aires, 1970, 328 pp. Edição em inglês, 'Mutual Aid, a Factor of Evolution', Peter Kropotkin, Dover Publications Inc., New York, 2006, 312 pp. O pensamento de Kropotkin, príncipe russo e anarquista não-violento, tem pontos em comum com a teosofia no que tange a evolução das espécies. 

 Fonte: www.filosofiaesoterica.com

imagem: Google
 

Um comentário:

chica disse...

Gaivota,esse grupo SerAtento, fiz parte dele durante um tempo.É muito bom, esclarece e nele aprendemos juntos.Carlos sempre traz temas importante e como esse aqui, muito reflexivos. Valeu o post. Muito bom! um beijo,chica