A
doença é provocada por agentes físicos que alteram o funcionamento normal do
corpo. Todas as vezes que a saúde for perturbada, é sinal de que existem
elementos físicos interferindo nas atividades biológicas.
As
causas orgânicas das enfermidades podem ser tanto os fatores externos que se
alojam numa determinada parte do corpo, prejudicando-o, quanto as atividades do
próprio organismo que se alteram, perturbando a ordem biológica ou, ainda,
alguma lesão provocada por acidente.
Portanto,
não existe um estado corporal alterado sem ter havido algum fator da esfera
física gerando tais alterações biológicas.
A
ciência médica tem identificado cada vez mais os agentes desencadeadores das
doenças e, com isso, combatido inúmeras enfermidades. A identificação dos males
físicos tem sido um dos principais desafios da classe científica. Para
conseguir combater, é preciso conhecer o tipo de distúrbio que o corpo
apresenta. Somente a partir disso, é possível prescrever um tratamento que
combata o mal que aflige o corpo.
O
fato de a medicina ainda não ter descoberto a origem de determinada doença não
significa que não haja um processo orgânico causando tais alterações
biológicas. Conforme: a tecnologia se aperfeiçoa, mais ela se aproxima da cura
das doenças.
A
óptica metafísica aponta a condição interna da pessoa como a raiz dos males
físicos. No entanto, ela não contesta a existência de agentes orgânicos ou
inorgânicos presentes num organismo doente.
Mas
o fato de existir determinadas condições físicas provocando as doenças não
significa necessariamente que há falhas no sistema biológico, casualidade ou,
mesmo; façanhas do oportunismo de vírus ou bactérias que se alojam no
organismo, mas, sim, debilidade do corpo ou incapacidade de se defender dos
invasores.
Segundo
a óptica metafísica, as doenças refletem algumas condições emocionais
desarmônicas, que são geradas pelos conflitos interiores. A verdadeira causa
das enfermidades está no interior da pessoa, em sua condição psiquemocional e,
principalmente, no sentimento do doente.
Esses
processos interiores enfraquecem o corpo, deixando-o vulnerável às invasões ou
mesmo às alterações nas funções biológicas, originando as doenças. O corpo
somente é afetado por algum mal físico se existirem conflitos interiores
provocando sentimentos perturbadores que vão interferir negativamente nas
funções biológicas.
Para
compreender um pouco melhor essa relação entre as doenças físicas e as causas
metafísicas, vejamos alguns exemplos:
O
corpo manifesta, por meio dos processos inflamatórios e infecciosos, as
turbulências energéticas geradas pela irritabilidade ou inconformismo da
pessoa. Esse estado interior surge em meio aos episódios desagradáveis que
interferem negativamente em casa, no trabalho ou mesmo nos relacionamentos,
comprometendo a harmonia numa dessas áreas da vida. Sem ter como evitar tais
episódios, resta ao indivíduo abalado pelas interferências ficar profundamente
chateado e até irritado. Esses sentimentos são nocivos ao sistema imunológico
do corpo, enfraquecendo as defesas do organismo e prejudicando o combate aos
invasores, que, por sua vez, se alojam nos órgãos, caracterizando as infecções.
A
formação de nódulos, tumores ou cistos em determinado órgão representa as
forças energéticas que se tornam negativas por estarem acumuladas numa região
do corpo. Esse emaranhado energético é provocado pelos conflitos interiores que
surgem a partir da vontade de manifestar algo na vida, seguidos pela
auto-sabotagem ou por crenças contrárias à expressão dos conteúdos inerentes ao
ser. Desse modo, a pessoa impõe a ela mesma os bloqueios e recalques que a
impedem de fluir livremente pelas diversas situações da vida, respeitando sua
integridade e preservando sua originalidade.
O
principal objetivo da metafísica da saúde é identificar, no extraordinário
universo emocional, a condição interna que se encontra em desarmonia, onde
principiam os desarranjos fisiológicos; é oferecer ao doente a consciência das
condições internas causadoras dos males físicos;
é convidá-lo a uma reflexão sobre si mesmo, sugerindo que ele reavalie
seus sentimentos e mude algumas crenças. Desse modo ele estará promovendo as
reformulações internas necessárias para resgatar definitivamente a saúde do
corpo e conquistar a paz interior e a harmonia no meio exterior.
Existem
algumas queixas de sintomas desagradáveis que não estão alojados no corpo em
forma de doença. Nesses casos, as pessoas não estão fisicamente doentes. Elas
têm o padrão metafísico da doença, mas numa intensidade insuficiente para a
somatização no corpo. Essa é uma ocasião oportuna para interferir no processo,
alterando a condição emocional antes de a doença se radicar no corpo.
A
metafísica da saúde propõe-se a traçar um paralelo entre os órgãos do corpo e
as qualidades do ser, como se os talentos da alma representassem a fonte
geradora das energias necessárias para organizar os tecidos do corpo, mantendo
tanto a coesão atômica quanto a preservação das atividades biológicas,
garantindo a saúde.
Dessa
forma, a saúde representa a boa condição da pessoa no emprego dos conteúdos
interiores no meio exterior. A vida possibilita o exercício das qualidades, que
se transformam em habilidades. Ao atuar nos diversos setores da vida, como o
profissional, o afetivo, etc., desenvolvem-se aptidões que facultam ao
indivíduo o poder de lidar com o meio externo, aprimorando as qualidades e
desenvolvendo as habilidades.
Quando
as pessoas deparam com as dificuldades da vida e não conseguem administrar as
adversidades, de maneira a continuarem vertentes suas aptidões no meio externo,
surgem os conflitos interiores, que se agravam ao ponto de se manifestar no
corpo em forma de doença.
Os
tropeços da vida representam para alguns uma espécie de ferida que corrói
interiormente, minando as qualidades. Por outro lado, há quem passa pelas
mesmas dificuldades e não lesa o corpo, porque não se deixa abater pelos
obstáculos do cotidiano; passa pelas tormentas existenciais sem ruminar as
indignações e cultivar a revolta. Considera os tropeços como um caminho de
amadurecimento e as desilusões com as pessoas queridas como um processo de
reciclagem e seleção nos relacionamentos.
A
metafísica da saúde não é um recurso empregado exclusivamente para os casos de
doenças. Apesar de se basearem nelas para explanação da filosofia do bem viver,
os estudos metafísicos objetivam principalmente a conscientização maior do
indivíduo e a compreensão dos processos existenciais, evitando o auto-abandono
e tantos conflitos que surgem nas pessoas ao lidar com as adversidades da vida.
A
metafísica da saúde representa um excelente recurso de auto-ajuda, dando às
pessoas a compreensão necessária para que elas resolvam suas próprias
dificuldades, harmonizando-se interiormente. Melhora a auto-estima por meio da
conscientização dos potenciais inerentes ao ser, despertando autovalorização.
Extraído do Livro - Metafísica da Saúde vol 3:
Valcapelli & Gaspareto,
Centro de Estudos Vida & Consciência Editora Ltda