O RUMO DA VIDA DEFINE O CARMA
"Para saber se um homem é, ou tem sido feliz ou
infeliz, descubra em que direção está voltada a sua vontade." [1].
O significado da frase é claro: o carma depende do rumo da
vida. Em inúmeros casos, no entanto, a vontade de um indivíduo não tem sequer
uma direção definida. Sua vontade está dividida. Uma parte dela aponta para o
alto. Outra parte aponta para os apegos e as comodidades pessoais. Um terceiro
setor da vontade fica oscilando ao sabor do vento, como certas birutas de
aeroporto, que apenas indicam para que lado o vento toca, e, talvez, a sua
velocidade.
A atual sociedade consumista coisifica as
pessoas, manipulando-as para lá e para cá, iludindo-as com metas materiais de
curto prazo, e tirando-lhes a possibilidade de definir um projeto claro para
suas vidas. Por outro lado, o estudo da filosofia lhes devolve a condição
plenamente humana, e lhes permite readquirir o controle do rumo da vida. Para
quem deseja uma vida filosófica, uma das primeiras medidas práticas consiste em
fazer coisas úteis durante o chamado tempo de "lazer": alguns
exemplos são o estudo, a meditação, o ato de escrever e de debater sobre temas
relativos à sabedoria. Quando aproveitamos bem as oportunidades que já estão ao
nosso dispor, podemos confiar no fato de que logo surgirão novas oportunidades
diante de nós.
O estudante de filosofia deve, pois, definir – de modo
gradual mas com clareza crescente – quais são o seu rumo e o seu projeto de
vida. Assim, o tempo nunca passará em vão. Não haverá falta de tempo para ele,
e ele terá felicidade interior.
A tradição pitagórica afirma:
"Para o barqueiro que não sabe o rumo a seguir, todo
vento é ruim".
Mas quando o barqueiro sabe o rumo da sabedoria, e conhece
bem tanto o barco quanto o oceano, ele é capaz de avançar com seu barco veleiro
na direção desejada, mesmo quando o vento é contrário. Uma vez definida a meta,
basta usar corretamente os recursos que já estão ao seu alcance – e
perseverar.
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inslow Homer (EUA 1836-1910)
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