quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Lei da Justiça Ensina Mais do Que Pune




A Lei da Justiça Ensina Mais do Que Pune
 O Carma é Inseparável da Compaixão

Os fatos pouco agradáveis que de tempos em tempos ocorrem na vida de todos não são obra do acaso.  Há toda uma cadeia de ações e reações por trás deles, assim como também ocorre no caso dos fatos agradáveis. Nada é por acaso no universo, e tudo aponta para o caminho da sabedoria.

O carma é feito, portanto,  muito mais de lições do que de prêmios ou punições. Não há algum “deus”  vingativo ou protetor interessado em punir ou privilegiar pessoas.  Há lições que devem ser aprendidas para que os seres avancem evolutivamente. E há uma Lei do Equilíbrio, uma Lei da Justiça, da qual emanam lições, sejam elas amargas ou doces. 

Devemos perceber também que nem sempre o carma desagradável é colheita do que foi plantado pelo indivíduo que o recebe.   O sofrimento de alguém pode ser,  e é frequentemente, um plantio novo e equivocado que está sendo feito ou foi feito antes por outrem. O sofrimento também pode ser o surgimento do carma coletivo de um modo que o indivíduo é, enquanto indivíduo,  inocente.  Por exemplo, todo aspirante à sabedoria universal deve inevitavelmente desafiar e enfrentar como se fosse seu o carma acumulado de ignorância humana. Assim, é possível e é frequente colher o que não se plantou; e haverá compensação por isso, é claro.

É importante que evitemos a ilusão de pensar no carma como um castigo. Também é falta de discernimento catalogar as vítimas de injustiças como culpadas pelo seu próprio sofrimento. Neste caso cairíamos na tese nazista segundo a qual “a culpa é da vítima” e “vale a lei darwinista dos mais aptos”.

Os desinformados pensam que, “devido à lei do carma”, se alguém sofre um ato de violência, é porque está “pagando algum erro do passado”.  Esta afirmativa é de uma covardia intelectual de grande porte.  O fato é que aquele que comete a injustiça está plantando mau carma para si. Um erro não justifica outro, e ainda que alguém tenha cometido injustiça em vida anterior, isto não justifica uma injustiça contra ela  na vida atual. O carma não funciona como lei do talião, na base do olho por olho e dente por dente, exceto quando há uma completa ausência de sabedoria. 

Temos um bom exemplo disso no sistema penal brasileiro. Para certos crimes menores, o condenado presta serviços comunitários e é condenado a trabalhar para o bem comum − como carma de ter cometido um pequeno crime. E fica livre da pena de reclusão.  

Na mesma linha, se fôssemos punir judicialmente os políticos e administradores públicos  que roubam o dinheiro do povo, o que deveríamos fazer do ponto de vista da lei do carma? Não seria eficiente  colocá-los nas celas do atual sistema penitenciário.  Os maus administradores públicos deveriam ser condenados, isto sim, a viver pobremente e com um salário modesto, trabalhando em serviços comunitários.  Neste caso eles permaneceriam livres – sob liberdade condicional – para que pudessem aprender a sua lição de modo saudável.  As fortunas roubadas,  é claro, deveriam ir para projetos de bem-estar social, sendo devolvidas ao povo que eles prejudicaram enquanto  traíam a Nação. Mas o desafio ético da lei  não é promover uma “vingança” contra os criminosos − políticos ou não.  A meta é recuperar, em suas consciências,  o sentido de ética interior que perderam, e cuja perda os reduziu à condição de seres humanos incompletos.   

Do mesmo modo, aquele que mata não deve ser morto. Aquele que mente, não deve pagar o carma ouvindo mentiras. E aquele que é injusto, não deve sofrer injustiças.  A lei do carma não é uma lei de vingança.  Toda vingança é uma grave distorção da lei do carma. A lei do carma é a lei da compaixão, que é inseparável da lei da justiça. A compaixão ocorre através da justiça.

Se tudo o que ocorre de desagradável às pessoas fosse sempre carmicamente merecido, então nossa humanidade já teria alcançado a perfeição, porque seu sofrimento tem sido contínuo. 
Mas ocorre que há mau carma novo sendo gerado todos os dias; e este carma de ignorância é plantado através de injustiças.  Assim, metade ou mais do sofrimento humano não é merecido nem é inevitável, e pode ser eliminado através da solidariedade e da compaixão com  discernimento. Talvez não possamos ajudar a todos os que sofrem.  Esta é uma questão diferente.  Mas não devemos pensar que tudo o que ocorre de sofrimento a alguém é necessariamente algo que a pessoa merece. Longe disso. O que lemos na Carta 88 de  “Cartas dos Mahatmas” é, ao contrário,  que nenhum sofrimento ficará sem compensação;  que a natureza tem um antídoto para cada veneno, e a cada derrota corresponderá uma vitória.

É verdade que “cada homem é absolutamente seu próprio legislador, dispensador da glória ou da desgraça para si mesmo”. Mas é pela ação fraterna que se abre o caminho para a libertação.  Por isso é potencialmente uma bênção a oportunidade que todo indivíduo tem de ser ativamente solidário. É um privilégio confrontar os mecanismos de ignorância espiritual organizada que provocam sofrimento no mundo atual.

Naturalmente, devemos optar por combater a causa, e não apenas os efeitos do sofrimento.

A origem da dor  humana está nas diversas formas de ignorância ética e espiritual, e a teosofia ensina a plantar as bases da sabedoria. Mas a atitude solidária com os que sofrem é indispensável, porque  todo sofrimento ocorre sob a lei do carma, mas nem todo ele é  necessário ou merecido.   

A Lei do carma não justifica, por exemplo, as crueldades contra os judeus nos últimos 2000 anos, ou contra negros e indígenas nos últimos 500 anos. A lei do carma não justifica a destruição das florestas.  Ela não justifica o sofrimento dos palestinos. Não justifica roubos, assaltos e violência.  A lei do carma não justifica a omissão diante do sofrimento humano, porque a omissão é uma forma de ação, e é também uma decisão carmicamente responsável.  

A lei do carma apenas estabelece que cada ação errada será substituída −  não pelo erro igual e contrário (lei do talião) − mas pela ação correta correspondente, segundo a lei da fraternidade, que é a nota-chave superior da lei da justiça no reino humano.

Fonte:
O Teosofista - Notas e Informações Sobre Teosofia e o Movimento Esotérico
Ano II, Número 23, Abril de 2009. O Teosofista é o boletim eletrônico mensal do wbsite www.filosofiaesoterica.com

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Pensamento é o Poder Motor da Ação



C.W.Leadbeater


O pensamento revela-se como uma vibração no corpo mental que se comunica com a matéria externa e produz um efeito. Portanto, o pensamento em si é uma força real e definida, e o interessante é que todos nós possuímos esse poder. Cada pensamento produz dois efeitos externos principais: uma vibração irradiante e uma forma flutuante. Analisemos como ambas afetam o pensador e as outras pessoas.


Em primeiro lugar, vamos lembrar da força do hábito. Se acostumarmos nossos corpos mentais com certo tipos de vibrações, eles aprenderão a reproduzi-las com facilidade e prontidão. Se pensarmos um certo tipo de pensamento hoje, amanhã será mais fácil repetir o mesmo pensamento. Se alguém começa a pensar mal dos outros, logo se torna fácil pensar pior, e torna-se mais difícil pensar no bem deles. Cria-se assim um ridículo preconceito que cega totalmente a pessoa, impedindo-a de ver os pontos bons de seus semelhantes, e aumentando enormemente o mal nos outros.


Em seguida seus pensamentos começam a incitar as emoções, e como só vê o mal nos outros começa a odiá-los. As vibrações da matéria mental excitam as da matéria astral densa assim como o vento perturba a superfície do mar. Todos sabemos que ao pensar em nossos erros facilmente nos irritamos e freqüentemente ignoramos a conclusão inevitável de que, pensando racionalmente e com calma, prevenimos ou dissolvemos a raiva.


A forma de pensamento gerada também reage sobre o pensador. Se o pensamento destina-se a alguém, a forma dispara como um míssil na sua direção, mas se o pensamento, como acontece com tanta freqüência, diz respeito principalmente ao próprio pensador, esta permanece flutuando nas proximidades, pronta a reagir sobre ele e duplicar-se, isto é, pronta a estimular na sua mente o mesmo pensamento mais uma vez. Para o pensador parecerá que o pensamento surgiu em sua mente vindo de fora, mas a experiência é, na verdade, apenas o resultado mecânico de seus próprios pensamentos prévios.


Observemos agora como esse fragmento de conhecimento pode ser usado. Obviamente todo pensamento ou emoção produz um efeito de longa duração, pois fortalece ou enriquece uma tendência e, além disso, reage constantemente sobre o pensador. Portanto, fica claro que temos de ter todo cuidado com os pensamentos ou emoções que permitimos surgir dentro de nós mesmos. Não podemos nos desculpar como tantos fazem, dizendo que sentimentos indesejáveis são naturais em certas condições. Temos de usar o direito de controlar nossa mente e nossas emoções. Se podemos habituar-nos a procurar as qualidades desejáveis nas pessoas que conhecemos, e não as indesejáveis, nós nos surpreenderemos ao descobrir como as boas qualidades são numerosas e importantes. Assim começaremos a gostar delas e a não evitá-las, e teremos, pelo menos, a possibilidade de fazer avaliações mais justas das pessoas.


Podemos dedicar-nos ao exercício útil de admitir apenas pensamentos bons e agradáveis e, se persistirmos, logo começaremos a perceber resultados. Nossas mentes trabalharão mais facilmente pêlos canais da admiração e da simpatia ao invés da suspeita e do menosprezo, e, quando nossos cérebros estiverem desocupados, os pensamentos que se apresentarem serão bons e não maus, em uma reação natural das formas graciosas que criamos para nos circundar. "O homem é aquilo que pensa em seu coração", e obviamente o uso correto e sistemático do poder do pensamento torna a vida muito mais fácil e agradável .


Reparemos agora como nossos pensamentos afetam os outros. A ondulação irradiante, como muitas outras vibrações na Natureza, tende a se duplicar. Por que um determinado objeto se aquece diante do fogo? Porque a radiação das vibrações vindas da matéria incandescente leva as moléculas do objeto a oscilarem mais rapidamente. Da mesma maneira, se enviarmos com persistência ondulações de pensamentos agradáveis sobre outrem, com o tempo uma vibração similar aos pensamentos de simpatia surgirá naquela pessoa. Formas de pensamentos dirigidas para ela flutuarão à sua volta e agirão quando surgir uma oportunidade. Assim como um mau pensamento pode ser um demônio tentador tanto para o pensador quanto para outrem, assim também um bom pensamento pode tornar-se um anjo guardião que encoraja a virtude e evita o vício. Infelizmente é comum nos dias de hoje aquela atitude de estar sempre procurando falhas nos outros, e as pessoas que agem assim não compreendem o mal que causam. Se observamos suas conseqüências, veremos que o hábito da bisbilhotice maliciosa é simples perversidade. Não importa se o escândalo tem fundamento ou não; em qualquer dos casos ele só pode gerar o mal. Nesta situação encontramos pessoas concentradas em algum suposto vício de alguém, atraindo a atenção de muitas outras que, de outra forma, não se teriam dado conta desse defeito.


Suponhamos que acusem sua vítima de ser invejosa. De imediato centenas de pessoas começam a despejar no infeliz sofredor torrentes de pensamentos sugerindo a idéia da inveja. Não é claro que, se o pobre homem tiver tendência a esse desagradável vício, esta seria grandemente intensificada pela avalanche que o atinge? E se, como normalmente acontece, não houver qualquer razão para esse malicioso rumor, aqueles que o espalhem estão fazendo de tudo para criar em sua vitima o próprio vício de cuja existência imaginária eles tão selvagemente se regozijam.


Devemos pensar sempre nas coisas boas de nossos amigos, não só porque isso é muito mais saudável para nós, mas também porque assim elas se fortalecem. Quando formos obrigados a reconhecer alguma qualidade má de um amigo, devemos ter o cuidado de não pensar nela, mas, sim, na virtude oposta que queremos ajudá-lo a desenvolver. Caso ele seja avarento ou pouco afetivo não devemos fazer comentários ou fixar nosso pensamento nesse defeito, porque, se o fizermos, as vibrações por nós criadas tornarão as coisas piores. Em vez disso, pensemos intensamente na qualidade que ele precisa desenvolver, inundando-o com ondulações de generosidade e amor, pois assim estaremos realmente ajudando nosso irmão.


Se o poder de pensamento for usado com essas orientações, nós nos tornaremos verdadeiros centros de bênção em qualquer lugar onde nos encontremos. Mas lembremos que essa força é limitada; por isso, se quisermos ter o bastante dela para ser úteis, não a desperdicemos.


O homem comum não passa de ser um centro de vibrações agitadas. Encontra-se constantemente preocupado, incomodado, estressado com alguma coisa, em depressão profunda ou, então, excitado sem razão, ao esforçar-se para mudar alguma circunstância ou tratar de conseguir algo. Por uma razão ou outra, está sempre desnecessariamente agitado, muitas vezes por causa de coisas insignificantes. Isso quer dizer que está o tempo todo gastando força, dissipando inutilmente algo pelo qual é diretamente responsável e que poderia torná-lo mais feliz e saudável.


Outra situação que o leva a dissipar muita energia são as discussões desnecessárias. Está sempre tentando fazer alguém concordar com suas opiniões pessoais. Esquece-se de que toda questão tem sempre muitos lados ou aspectos, quer se trate de política, religião ou algum outro interesse de curto prazo, e que os outros também têm direito ao seus próprios pontos de vista, o qual de qualquer modo nada importa, pois os fatos permanecem os mesmos independente do que cada um pense. A maior parte dos assuntos não vale a pena discutir, e, normalmente, aqueles que falam mais alto e com mais confiança são precisamente os que menos sabem.


Quem deseja usar o poder do pensamento de maneira útil, seja para si mesmo ou para os outros, deve economizar suas energias, ser calmo, comedido e refletir cuidadosamente antes de falar ou agir. Que não fiquem dúvidas de que essa força do silêncio é muito poderosa. Qualquer um que se entregue ao trabalho pode aprender a usá-la, e, com seu uso, cada um de nós pode progredir bastante fazendo um grande bem para o mundo à nossa volta.


Deve compreender-se bem esse poder do pensamento e o dever de reprimir pensamentos maus, egoístas ou agressivos. Os pensamentos produzem seus efeitos, quer desejemos ou não. Um homem sábio produz intencionalmente os resultados da sua ação mental. Cada vez que controlamos nossos pensamentos, a próxima vez o controle fica mais fácil. Enviar pensamentos positivos aos outros é algo tão real quanto dar dinheiro; e é uma forma de caridade que até o mais pobre dos homens pode fazer. É errado irradiar depressão. Ela impede os pensamentos elevados, causa muito sofrimento às pessoas sensíveis e é responsável pela maior parte do medo noturno das crianças.


Ao permitir que pensamentos miseráveis e maldosos sejam descarregados sobre uma criança, como muitos fazem, estamos envolvendo-a em penumbra, e isso não está certo. Esqueçam-se da depressão e. em vez de ceder a ela, enviem pensamentos de fortaleza para os doentes.


Nossos pensamentos não são -como se poderia supor- assunto apenas da nossa própria conta, pois suas vibrações afetam os outros. Os pensamentos maldosos têm alcance muito maior do que as palavras, mas não podem afetar quem estiver totalmente livre da qualidade que eles veiculam; por exemplo, o pensamento do desejo de beber não pode penetrar no corpo de um homem totalmente abstêmio. Ele atinge seu corpo astral, porém, como não pode penetrar, retorna ao emissor.


A vontade pode ser treinada para agir diretamente sobre a matéria física. Para alguns talvez o exemplo mais comum seja aquele do quadro usado muitas vezes nas práticas de meditação, no qual podem ser observadas com freqüência alterações de expressão; as partículas físicas são, sem dúvida alguma, afetadas por um pensamento forte e constante. A Sra. Blavatsky costumava recomendar algumas práticas a seus discípulos, dizendo-lhes para pendurarem uma agulha em um fio de seda e aprender a movê-la pela força da vontade. Um escultor também usa o poder do pensamento, mas de maneira diferente. Diante de um bloco de mármore, ele cria uma forte forma de pensamento da estátua que deseja esculpir. A seguir coloca sua forma de pensamento dentro do bloco e começa a remover o mármore que sobra fora da forma de pensamento, deixando apenas a parte interpenetrada por ela.


Habituem-se a dedicar algum tempo todos os dias a formular bons pensamentos e enviá-los a outras pessoas. È uma prática fundamental para todos, e fará muito bem para as pessoas que os recebem também, sem dúvida alguma.


(Extraído da obra A Vida Interna, C.W. Leadbeater, Editora Teosófica, 1996.)

terça-feira, 1 de maio de 2012






Retirado do livro    Meditação Taoísta - de Thomas Cleary (comp.)
                            Editora Teosófica - Brasília - DF - 2001 -  pág 46

Vejam...
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O desvio deliberado dos princípios chama-se mal.
Os desvios inadvertidos dos princípios chamam-se erros.
Diz um provérbio : " Se as pessoas não são sábias, como não cometerão erros ? "
Este provérbio pode ser usado para perdoar os outros, mas não deve ser usado como
desculpa para si mesmo.

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 Publicado por Celina, integrante do Grupo SerAtento vinculado ao www. filosofiaesoterica.com